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Associação dos Amigos do Complexo Cultural da IN (AMI)

A Associação dos Amigos do Complexo Cultural da IN (AMI) é uma entidade jurídica de direito privado, sem finalidade econômica ou lucrativa. Instituída pela assembleia de 10 de novembro de 2015, formada por um grupo de intelectuais, professores, radialistas, representantes da sociedade civil, sindicalistas, servidores ativos e aposentados da Imprensa Nacional (IN). Desenvolve ações de auxílio ao Complexo Cultural da IN, formado pelo Museu da Imprensa, pela Biblioteca Digital Machado de Assis e pelo Auditório Dom João VI. Presidida pelo jornalista Trajano Jardim, que tem como vice-presidente o professor Henrique Moreira, coordenador do curso de comunicação do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).

Conforme seu estatuto, a AMI difunde valores culturais, por meio de estudos relativos à história da imprensa, inclusive a imprensa oficial, da indústria gráfica brasileira e da IN. A entidade projeta-se como um braço entre a estrutura da IN e seu Complexo Cultural, podendo captar recursos para manutenção e ampliação do Complexo, fato comprovado por ocasião da premiação do 19º Concurso Nacional Museu da Imprensa de Desenho, Redação e Artigo – 2017/2018, quando intermediou o repasse da verba de patrocínio concedido pela Caixa Econômica Federal aos alunos premiados e seus respectivos professores.

Há parcerias que antecederam o registro do estatuto, como a doação da logomarca da AMI pelo UniCeub e o pagamento das despesas de registro do estatuto pelo Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF. A AMI está registrada no Cartório do segundo ofício de notas, registro civil, registro de títulos e documentos de pessoas jurídicas e protestos de títulos do Distrito Federal, em Sobradinho-DF. Seu CNPJ é 28.725.405/0001-06. (Trajano Jardim)

A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822: cultura e sociedade)

Livro de autoria da historiadora Maria Beatriz Nizza da Silva, lançado em 2007 pela Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O jornal é reconhecido como o primeiro editado e impresso no Brasil, rodado nas oficinas da então Impressão Régia, atual Imprensa Nacional (IN), em 10 de setembro de 1808. Em maio de 2008, Maria Beatriz Nizza da Silva participou das comemorações do bicentenário da IN, como uma das palestrantes do ciclo de conferências A Imprensa discute a imprensa, justamente para falar da importância da Gazeta, profundamente analisado em seu livro.

Em seus 14 anos de circulação, a Gazeta apresentava um conteúdo variado de informações, numa linha parecida à dos jornais de hoje. Ao lado dos despachos régios, havia anúncios e notícias do exterior e das províncias. O último número, o 157, — de um total de 1.791 edições — circulou em 31 de dezembro de 1822. Ao todo, o jornal publicou 7.494 páginas. Nele, trabalhou o primeiro jornalista profissional do Brasil, Manuel Ferreira de Araújo Magalhães. Dos prelos da Impressão Régia saiu a primeira edição, com quatro páginas. Os exemplares foram vendidos na casa do livreiro Paulo Martin Filho, no fim da Rua da Quitanda, ao preço de 80 réis.

A Imprensa discute a imprensa

A Imprensa discute a Imprensa

A Imprensa discute a Imprensa

Ciclo de conferências promovido pela Imprensa Nacional (IN) durante as comemorações do seu bicentenário, em 2008. A ideia de que a imprensa brasileira muito deve à Impressão Régia, atual IN, levou a Comissão do Bicentenário da Instituição a pensar em algo até então inédito no país — um ciclo de conferências para que jornalistas, professores, donos de jornais, escritores e estudantes pudessem olhar criticamente o jornalismo do início do século XXI. Assim nasceu o ciclo em nove edições, das quais oito no auditório D. João VI e uma, a última, no Centro Universitário Euroamericano (Unieuro).

A primeira conferência, em 1º de outubro de 2007, abordou o tema As perplexidades da mídia tradicional diante dos avanços da mídia digital — desafios e busca de soluções, com a participação dos jornalistas Eugenio Bucci, Sérgio Vilas Boas, Luiz Martins, Romário Schettino e Jaime de Almeida. As demais conferências foram as seguintes:

14 de março de 2008 — TV pública: busca de um novo paradigma para a comunicação televisiva brasileira, com os debatedores Tereza Cruvinel, então diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Henrique Moreira (UniCEUB), e Luiz Carlos Azedo (Correio Braziliense).

28 de março de 2008 — 200 anos de imprensa, 200 anos de jornalismo: passado, presente e futuro, debatido por Maurício Azedo (presidente da Associação Brasileira de Imprensa), Josemar Gimenez (Correio Braziliense e Estado de Minas), Elen Cristina Geraldes (Universidade Católica de Brasília) e Leandro Fontes (Instituto de Educação Superior de Brasília).

1º de junho de 2008 — Correio Braziliense: 200 anos — a importância da imprensa e seu impacto na sociedade atual, com os debatedores Alberto Di Franco (Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha) no Brasil), Ricardo Gandour (O Estado de S. Paulo) e Josemar Gimenez (Correio Braziliense e Estado de Minas).

20 de agosto de 2008 — Jornalismo e interesse público a partir da criação, em 1808, do Correio Braziliense e da Gazeta do Rio de Janeiro, discutido por Alberto Dines (Observatório da Imprensa), historiadora Maria Beatriz Nizza da Silva, autora do livro A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822: cultura e sociedade), Paulo Paniago (UniCEUB), Ana Carolina Temer (Universidade Metodista de São Paulo) e Alon Feuerwerker (Correio Braziliense).

10 de setembro de 2008 — A mídia e o Brasil de 68, com os debatedores Raimundo Rodrigues Pereira (Revista Retrato do Brasil), Carlos Chaparro e Ciro Marcondes Filho (Universidade de São Paulo) e Julliana Gesuelli Meireles, autora do livro Imprensa e poder na corte joanina.

1º de outubro de 2008 — Jornalismo esportivo é jornalismo da fonte?, com os debatedores Valter Guimarães (Instituto de Educação Superior de Brasília) e Paulo Rossi (Correio Braziliense).

29 de setembro de 2008 — Jornalista é uma profissão do futuro?, com os debatedores Jorge Bastos Moreno (Unieuro e O Globo) e João Claudio Garcia.

12 de novembro de 2008 — Jornalismo de entretenimento, com os debatedores Raul Cortez (Programa CQC, da TV Bandeirantes) e Eduardo Chauvet (programa Alternativo, do Sistema Brasileiro de Televisão), Henrique Moreira (UniCEUB) e Clara Arreguy (Correio Braziliense).

Vinculações administrativas da IN

Vista aérea da atual sede da IN

Vista aérea da atual sede da IN

Ao longo de seus 211 anos de atividades ininterruptas, a IN manteve-se vinculada à estrutura administrativa dos seguintes órgãos:

1808 a 1815 — Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, no período colonial.

1815 a 1930 — Real Erário, posteriormente denominado Ministério da Fazenda, nos períodos Imperial e Republicano.

1931 a 2001 — Ministério da Justiça e Negócios Interiores, posteriormente denominado Ministério da Justiça.

2001 a junho de 2019 — Presidência da República/Casa Civil

A partir de junho de 2019 — Presidência da República/Secretaria-Geral.

Transferência da IN para Brasília

Presidente Juscelino Kubitscheck visita a Imprensa Nacional no dia 21 de abril de 1960, data da inauguração de Brasília. Seu ajudante de ordens, o Brigadeiro Celso Rezende Neves carrega consigo um exemplar do DOU.

Presidente Juscelino Kubitscheck visita a Imprensa Nacional no dia 21 de abril de 1960, data da inauguração de Brasília. Seu ajudante de ordens, o Brigadeiro Celso Rezende Neves carrega consigo um exemplar do DOU.

Juscelino Kubitschek assumiu a PR em 1956. Logo assina a Lei nº 2.874, de 18 de abril daquele ano, com a inclusão do nome de Brasília e a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). A epopeia desenrolou-se em meio à divisão que marcou a sociedade brasileira durante o governo JK: de um lado, os que acreditavam, eram a favor ou se empenhavam para viabilizar a transferência da capital; de outro, os que duvidavam, opunham-se ou boicotavam o projeto. A oposição e quase toda a imprensa criticaram duramente o antigo presidente.

Dificuldades semelhantes aconteceram em relação à mudança da IN do Rio de Janeiro para Brasília. Poucas autoridades e nem a imprensa acreditavam na transferência. Na tribuna da Câmara dos Deputados, um parlamentar gritou “Não existirá Imprensa Nacional nem existirá 21 de abril”. Outro deputado opositor à transferência, perguntou, na IN a um servidor, a alguns metros da rotativa Marinoni, se “são esses ferros-velhos que vão rodar o Diário Oficial em Brasília?” A maioria da opinião pública não acreditava na determinação, esforço e ousadia do presidente Kubitschek, para quem era imprescindível a impressão do DO em Brasília, com todos os atos assinados no dia da inauguração da nova capital. Ele contava com um aliado de sua estirpe e muito experiente: Alberto Sá Souza de Britto Pereira, Diretor-Geral da Imprensa Nacional.

Em 13 de maio de 1958 tudo ficou decidido. JK participou das comemorações no sesquicentenário da Imprensa Nacional, na Avenida Rodrigues Alves, nº 1, Centro do Rio. O presidente conversou cerca de uma hora com Britto Pereira, tempo suficiente para definir os detalhes da concretização da transferência. O Diretor-Geral da IN toparia ainda outro desafio diante da descrença reinante. Apostou com o deputado federal José Bonifácio Lafayette de Andrada que o DO rodaria no dia 21 de abril de 1960, em Brasília. Uma camisa contra uma gravata. José Bonifácio perdeu. Já em Brasília, o deputado recebeu em casa, nos primeiros meses, o exemplar do DO rodado na impressora Marinoni, encaminhado em mãos por Britto Pereira.

Vencer esse desafio não foi nada fácil. Além da oposição de boa parte da opinião pública e das dificuldades impostas por adversários, Britto Pereira teve que superar obstáculos logísticos e geográficos, tais como desmontar e transportar a impressora Marinoni do Rio de Janeiro para Brasília, numa época em que não havia estradas diretas entre as duas capitais. Foi preciso levar tudo em cinco caminhões para São Paulo, de lá para Goiânia e, só então, trazê-la para Brasília, numa viagem de 45 dias. Em cada caminhão, um mecânico de impressora para garantir a integridade do equipamento.

O terreno destinado ao órgão ficava onde hoje é a cidade de Taguatinga. Naquela época, porém, a área era um completo matagal acessível somente por uma estrada de terra. Britto Pereira, então, convenceu JK a solicitar que Lúcio Costa criasse o Setor de Indústrias Gráficas, inexistente no projeto original, sob o argumento de que a IN deveria ficar próxima das sedes dos poderes por uma questão de celeridade no transporte dos atos oficiais a serem publicados.

Sedes da IN

Vista aérea da atual sede da IN

Vista aérea da atual sede da IN

Criada oficialmente em 13 de maio de 1808, a então Impressão Régia, atual IN, logo se instalou na Rua do Passeio, casa 44. Sua primeira sede. Lá habitava o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, Antonio de Araújo e Azevedo, o Conde da Barca, responsável pela montagem da gráfica com os primeiros dois prelos e 28 caixas de tipos. Depois de um incêndio, a velha sede foi demolida e destinada a outras instituições. A área hoje é ocupada pelo curso de desenho industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), ao lado do prédio do Automóvel Clube do Brasil. Até mudar-se para o endereço atual, em Brasília, a IN funcionou em seis locais do Rio de Janeiro. Após a Rua do Passeio, os demais foram os seguintes:

Rua dos Barbonos — Atual esquina da Rua Evaristo da Veiga com a Rua das Marrecas, Centro do Rio de Janeiro.

Travessa Belas Artes — O local também sediou o Ministério da Fazenda. Uma de suas relíquias, o pórtico do prédio, encontra-se no Jardim Botânico do Rio, após ter sido cortado e remontado.

Cadeia Velha — Após a demolição do prédio, hoje o local abriga o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Rua 13 de maio (1874 a 1940) — Primeiro prédio construído especificamente para abrigar as instalações da IN, erguido em estilo manoelino entre 1874 e 1877. Inaugurado pelo imperador Dom Pedro II em 1877. Destruído parcialmente pelo incêndio de 15 de dezembro de 1911. O Museu da Imprensa mantém bem preservadas em seu acervo algumas peças oriundas do prédio incendiado, como a placa de inauguração do edifício do ano de 1877; o Prelo Machado de Assis; estátuas de quatro impressores; Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de 1808; Monotipo Joana França Stockmeyer; e Rotativa Leopoldo de Bulhões, primeira de grande porte no Brasil, adquirida em 1904.

Avenida Rodrigues Alves, nº 1 (1940 a 1960) — Última sede no Rio de Janeiro, antes da transferência para Brasília, em 1960. Inaugurada em 28 de dezembro de 1940 pelo presidente Getúlio Vargas. Mesmo com a mudança da IN para Brasília, a produção editorial de obras ainda permaneceu no prédio até 1979. Atualmente no local funciona a sede do Departamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro, que passou a ocupar parte do espaço a partir de 1975.

Setor de Indústrias Gráficas, quadra 6, lote 800, Brasília – DF (1960 aos dias atuais) — A maior de todas as sedes, com obra iniciada em 1959. Inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek em 21 de abril de 1960, juntamente com a nova capital. O terreno destinado ao órgão ficava onde hoje é a cidade de Taguatinga. Naquela época, porém, a área era um completo matagal acessível somente por uma estrada de terra. O Diretor-Geral de então, Alberto de Britto Pereira, convenceu JK a solicitar que Lúcio Costa criasse o Setor de Indústrias Gráficas, inexistente no projeto original, sob o argumento de que a IN deveria ficar próxima das sedes dos poderes por uma questão de celeridade no transporte dos atos oficiais a serem publicados. Uma ampliação iniciada em 1975 e concluída em 1979, agregou ao prédio original a nova parte administrativa, que antes funcionava na mesma área da gráfica.

  • Placa de inauguração do prédio de 1877, exposta nos jardins da atual sede

  • Presidente JK inaugura a sede de Brasília em 21 de abril de 1960

  • Imagem do prédio da IN contrído entre 1874 e 1877

  • Guarita principal da atual sede

Revista Imprensa Nacional — Novos rumos da comunicação pública

Instituída pela Portaria n° 103, de 15 de maio de 2017, dentro das comemorações dos 209 anos da Casa, a revista Imprensa Nacional — Novos Rumos da Comunicação Pública estabeleceu um canal de comunicação entre governo e sociedade a respeito dos dilemas da informação pública oficial.
A partir da edição inaugural, a revista abordou assuntos relativos à sociedade da informação e às transformações socioeconômicas, culturais e tecnológicas advindas da revolução digital. Abriu espaço também para atualidades do mercado gráfico, história da IN, cultura, meio-ambiente, crônicas e artigos. Circulou nas versões impressa e digital. Pela conexão http://www.in.gov.br/centrais-de-conteudo/revista-imprensa-nacional, as edições eletrônicas podem ser lidas e baixadas.  Foram publicadas dez edições da revista, com periodicidade bimestral, no período de maio de 2017 a dezembro de 2018.

Resenha Machado de Assis, servidor público

Instituída pela Portaria IN nº 90, de 21 de junho de 1995, para elaborar estudos sobre a atuação do escritor como servidor público. Lançada pela Casa em 28 de outubro daquele mesmo ano, Dia do Servidor Público. Composta pelos seguintes servidores da IN: Lenira Fernandes Cavalcante, Maria Aparecida Vieira Bedaqui, Rubens Cavalcante Júnior e Silvânia Cristina de Andrade, e também por A. Fonseca Pimentel, da Academia Brasiliense de Letras, cujo então presidente, Antonio Carlos Osório, assinou a apresentação da resenha.

Prelo Machado de Assis

Uma das peças mais valiosas, e, por isso, mais admiradas, pelos visitantes. Nesta rudimentar impressora, trabalhou, como aprendiz de tipógrafo, o escritor Joaquim Maria Machado de Assis – fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e, de forma unânime, considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira.

Entre 1856 e 1858, o autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” ingressou nos quadros da Imprensa Nacional (à época, Typographia Nacional). Foi o seu primeiro emprego, como aprendiz de tipógrafo. Posteriormente, regressou à Instituição para exercer a função de assistente do Diretor do Diário Oficial, de 1867 a 1874. Por decreto presidencial de 13 de janeiro de 1997, Machado de Assis recebe o título de Patrono da Imprensa Nacional.

Trata-se de uma impressora tipográfica manual de origem inglesa. Fabricada em ferro, possui alavanca de madeira. Na parte superior, dourada, ostenta uma águia dourada com asas abertas. Sua fabricação data de 1833, ano em que foi adquirida pela Imprensa Nacional, cuja sede era no Rio de Janeiro.

Funcionou durante 107 anos. Em 1940, foi desativada e, então, o prelo foi encaminhado ao acervo de bens da Imprensa Nacional, que deu origem ao Museu da Imprensa, criado em Brasília em 13 de maio de 1982.

Prelo Conde da Barca

Máquina de impressão tipográfica, de madeira e bronze, produzida em 2008 para as comemorações dos 200 anos da Imprensa Nacional.

A sua importância está no fato de ser uma réplica – única – dos dois prelos trazidos, em 1808, pela Família Real Portuguesa, e que deram origem à Impressão Régia, atual Imprensa Nacional. Foi notável o significado desses prelos. Com eles nasceu a imprensa periódica (“Gazeta do Rio de Janeiro”) e a publicação de livros no Brasil (no dia 13 de maio de 1808).

Os prelos originais foram consumidos pelo incêndio que destruiu a sede da Imprensa Nacional em 15 de setembro de 1911, no Rio de Janeiro. Conforme noticiado à época pelo “Correio Braziliense” — jornal então editado por Hipólito José da Costa e que, rodado em Londres, era enviado para o Brasil — esses prelos de origem inglesa, e mais as 28 caixas detipo que os acompanharam, custaram cem libras esterlinas.

O prelo Conde da Barca é, por tudo isso, uma grande atração do Museu da Imprensa. A réplica dos originais era sempre exigida pelos visitantes. Com a aproximação do bicentenário da Imprensa Nacional, a direção do Órgão pediu a ajuda do Museu Nacional da Imprensa (Porto - Portugal) para a busca de uma solução que viabilizasse a produção da réplica. O seu diretor, Luís Humberto Marcos, conseguiu imagens e um croqui, com medidas exatas, dos prelos que a corte portuguesa trouxe para o Brasil. A solução fora encontrada.

Como colaborador espontâneo, o professor e arquiteto Carlos Roberto Pacheco de Brito começou os trabalhos com o cálculo das peças que comporiam a réplica. A delicada produção em madeira ficou a cargo de servidores do setor de carpintaria da Gerência de Serviços Gerais da Imprensa Nacional. Em função da complexidade da tarefa, que envolvia peças de metal, houve a necessidade de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidades das cidades-satélites do Gama e de Taguatinga.

Os professores José Henrique de Oliveira e Moacir Mozart e alunos, mais servidores da Imprensa Nacional, produziram então as engrenagens em bronze.

Um dado histórico: esse foi, de fato, o segundo prelo construído pela Imprensa Nacional ao longo dos seus dois séculos de existência. Em 1809, seus técnicos também construíram um prelo de madeira, o primeiro produzido na América do Sul.

Em 1809, seus técnicos construíram o primeiro prelo, o primeiro também produzido na América do Sul. Esse fato mereceu comemoração. De acordo com o “Diario Official”, de 13 de maio de 1908, página 3249, uma placa foi confeccionada para perenizar a conquista.

Encimada pela armas portuguesas, essa placa recebeu o seguinte texto em letras maiúsculas: “Á IMMORTALIDADE DO REAL E SEMPRE AUGUSTO NOME DO PRÍNCIPE REGENTE N. S. HE DEDICADA A ESTREA DO PRIMEIRO PRELO CONSTRUÍDO NA AMERICA DO SUL NO RIO DE JANEIRO NO ANNO DE M. DCCC. IX”. O segundo prelo de madeira foi produzido em 1821, para “experimentar si a industria nacional podia já dispensar a importação de fora”, como informa o “Diario Official”, que circulou nos 100 anos da Imprensa Nacional.

Pedra litográfica

Também prensa litográfica, é uma superfície planográfica usada no processo de litografia. Lithos, do grego, significa pedra e grafia, escrever. Daí a origem do nome litografia. A pedra litográfica funciona como uma matriz para os desenhos que serão posteriormente impressos sobre outra superfície. Antigamente, costumava ser feita de uma espécie de calcário especial, o que influenciava diretamente no resultado final das impressões, por seu aspecto liso e sua natureza. Tempos depois, a placa de calcário fora substituída por outros materiais, como o cobre e o zinco.

Antes da fotografia, era vagaroso o processo para se reproduzir uma imagem em série. A litografia foi o caminho. Apenas 20 anos após a descoberta na Europa da tecnologia, a partir da repulsão entre água e óleo, o francês A. J. Pallière, trazido por D. João VI, fez, em 1818, nas oficinas da Impressão Régia uma estampa sobre São Sebastião. Era o primeiro trabalho feito no Brasil, cuja técnica usa como matriz uma pedra calcária, sobre a qual um desenho é produzido com um lápis gorduroso.

O Museu da Imprensa possui em seu acervo quatro pedras litográficas doadas por instituições ligadas à indústria gráfica brasileira. A primeira, utilizada para impressão de rótulos de bebidas, veio da Litografia Continental Eireli Ltda., de Blumenau, Santa Catarina, doada pelo proprietário Luiz Mario Guedes Villar. Tudo começou em 6 de novembro de 2014, quando o empresário catarinense Osvaldo Luciani, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas da Grande Florianópolis, visitou o museu. Soube, então, do interesse antigo de se completar o acervo com uma pedra litográfica. Sensível, Luciani conseguiu a pedra com Luiz Mário Guedes Vilar, arcou com os custos de transporte e ainda veio pessoalmente assinar o termo de doação da pedra, na cerimônia de comemoração dos 33 anos do Museu da Imprensa, em maio de 2015.

A Seccional do DF da Associação Brasileira da Indústria Gráfica doou a segunda, na pessoa de diretor administrativo à época, Antonio Carlos Navarro, durante a abertura do 15º Prêmio Jorge Salim de Excelência Gráfica, realizado no auditório D. João VI em agosto de 2015, pela programação da I Semana de Comunicação Gráfica do DF. A pedra de cerca de 50 anos era utilizada para impressão de rótulos de produtos naturais, como pêssego, laranja e banana.

A incorporação da terceira e quarta pedras ao acervo chegou por intermédio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Guarulhos (SP) e região, na pessoa de seu presidente Francisco Wirton Batista Vianei, em maio de 2018. Na ocasião, ele e um grupo de gráficos prestigiaram a celebração dos 36 anos do Museu. Essas duas pedras formaram base para impressão de rótulos da bebida Jurubeba Leão do Norte e do desinfetante Alvelux.

Palácio Alberto de Britto Pereira

Designação oficial do prédio da IN, conforme a Lei nº 4.179, de 11 de dezembro de 1962, em seu Art. 1º: É denominado “Palácio Alberto de Britto Pereira” o edifício onde funciona o Departamento de Imprensa Nacional, na Capital Federal. Alberto de Brito Pereira foi Diretor-Geral da IN por 30 anos: de 1944 a 1946 e de 1951 a 1979. A honraria, porém, não se dá em razão de sua longevidade no cargo, mas por ter sido a pessoa que conduziu, heroicamente, a transferência do órgão, do Rio de Janeiro para Brasília. Mais do que isso, graças a ele, a IN já funcionava na manhã do dia 21 de abril de 1960, antes mesmo da inauguração oficial da capital, que se daria naquela noite. Naquela data, a IN imprimiu o primeiro número do Diário Oficial em Brasília, rodado na impressora Marinoni.

O Patriota

Primeiro periódico científico e cultural do Rio de Janeiro e do Brasil. Redigido pelo baiano Manuel Ferreira de Araújo Guimarães entre 1813 e 1814, ao mesmo tempo em que este lente da Academia Militar da Corte era também o redator da Gazeta do Rio de Janeiro. Seus objetivos eram agora bem distintos. Pretendia ele mostrar os “úteis trabalhos e interessantíssimas descobertas dos sábios” nacionais e para tanto contava com a colaboração de todos aqueles que tinham algo a dizer nas “ciências, literatura, política, comércio, agricultura, etc”. Estava convencido de que “apodreciam no esquecimento” obras e notícias de grande interesse, que só esperavam por alguém que as coligisse e ordenasse antes de serem transmitidas ao público leitor.

Como ocorria com todas as publicações da época, o redator contava com as subscrições para a sobrevivência financeira do periódico, mas apenas conseguiu fazer três assinaturas, terminando seu trabalho em 1814. Só mais tarde, em 1819, resolveu imprimir um índice sistemático das matérias contidas nos 18 números de O Patriota, certamente para tentar vender ainda algumas coleções completas do jornal, e também alguns números avulsos. Como não se tratava de um periódico noticioso, seu conteúdo permanecia relevante. E na verdade seus colaboradores, como Manuel Arruda da Câmara, Domingos Borges de Barros, Silvestre Pinheiro Ferreira, e tantos outros, abordaram os mais variados temas, sobretudo nas ciências e nas artes, ou seja, na linguagem da época, nas técnicas. O propósito de Araújo Guimarães com este empreendimento editorial era dar a conhecer “este continente tão ignorado”, ou, o que era ainda pior, “tão desfigurado” por aqueles que, eivados de preconceitos, tinham escrito apressadamente sobre ele.

Em seu papel de redator, além de angariar e selecionar os textos dos colaboradores, Araújo Guimarães divulgava as obras que saíam dos prelos da Impressão Régia do Rio de Janeiro, e suas notas continham um resumo acompanhado de elogios mais ou menos eloquentes. Com uma única exceção. A maneira como criticou O juramento dos numes, drama escrito por D. Gastão Fausto da Câmara para ser representado na inauguração do Real Teatro de São João, deu origem a uma polêmica com o autor, a única ocorrida no pacato ambiente intelectual carioca antes das polêmicas políticas de 1821. (Maria Beatriz Nizza da Silva/Universidade de São Paulo)

Nosso Jornal

Informativo interno da Imprensa Nacional, instituído juntamente com a Assessoria de Comunicação pela Portaria nº 195, de 25 de outubro de 2005, publicada no Boletim de Serviço nº 27, de 27 de outubro do mesmo ano. Como veículo de comunicação imediata, seu conteúdo prioriza o funcionamento, atividades diversas ou fatos novos ocorridos na IN. Circula initerruptamente há catorze anos em meio eletrônico, marca que o qualifica como o informativo jornalístico interno mais longevo da IN. Inicialmente, as mensagens eletrônicas encaminhadas quase diariamente para a caixa de correio de servidores e colaboradores eram reunidas em uma edição impressa semanal, distribuída a quem não trabalhava diretamente em um computador. Adotou o formato atual em 2016, quando a Casa decidiu suspender a edição impressa. Seu e-mail é nossojornal@in.gov.br, endereço que dispara em média uma notícia a cada dois dias para o grupo todos@in.gov.br. Suas matérias são replicadas na intranet, formando uma rica base de dados constantemente acessada pela Assessoria de Comunicação e demais setores da Casa.

Nau Medusa

Nau de linha, de construção em madeira e de propulsão à vela, construída no arsenal de Lisboa com as melhores madeiras do Brasil e lançada ao mar em 29 de agosto de 1786. Media 56m de quilha, 14m de boca e 11m de pontal. Sua artilharia contava com 74 peças lisas, antecargas em baterias corridas. Tinha na proa uma figura da medusa, uma das três Gorgonas, cuja beleza era extraordinária, aumentada por uma cabeleira magnífica. Partiu incorporada à esquadra que conduziu ao Brasil a família real portuguesa, a 29 de novembro de 1807, sob o comando do capitão-de-mar-e-guerra Henrique da Fonseca de Souza Prego.

Em seus porões transportava uma carga valiosa: dois prelos e 28 caixas de tipos, sob a responsabilidade de Antonio de Araújo e Azevedo, o Conde da Barca. Ele chegou ao Rio de Janeiro em 7 de março de 1808. Era o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Após o desembarque, levou o valioso carregamento para a residência que lhe foi concedida: casa 44, da rua do Passeio, primeira sede da IN, então Impressão Régia. Em 1819, no porto do Rio de Janeiro foi transformada em Cábrea, e assim se conservou até a Independência. Ainda fazia esse serviço em 1825.

Tempo depois foi desarmada no ancoradouro da Saúde. O Museu da Imprensa guarda uma réplica da embarcação, confeccionada para a comemoração dos 500 anos do Brasil e aniversário da IN (13 de maio) em 2000. Sua construção coube aos servidores da Casa, Antônio Edson Araújo Batista e Alex Coelho Papeira, lotados no então Laboratório de Conservação e Restauração de Obras Raras. (Rubens Cavalcante Junior)

Museu da Imprensa

O equipamento cultural guarda, conserva, expõe e preserva a memória da Imprensa Nacional e da imprensa brasileira, desde sua inauguração em 13 de maio de 1988, na administração da então Diretora-Geral, Dinorá Moraes Ferreira, e do Ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel. Plantado nos jardins da Imprensa Nacional, seu prédio possui 680 metros quadrados, onde se encontram cerca de 550 peças e documentos raros, e alguns únicos, como é o caso do primeiro clichê produzido no Brasil, a Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de 1808, a mais antiga do acervo.

O Museu recebe visitantes do Brasil e do exterior, atraídos por peças de inestimável valor histórico como o Prelo Machado de Assis, de origem inglesa, fabricado em 1833. Destacam-se duas rotativas Marinoni, de origem francesa: a Leopoldo de Bulhões, de 1904, e a Vicente Ráo, que imprimiu o primeiro Diário Oficial em Brasília, em 1960. Há, também, o Teclado Perfurador Monotipo Joana França Stockemeyer, no qual trabalhou a primeira mulher a ingressar no serviço público no Brasil em 1892. E, ainda, outros instrumentos utilizados em artes gráficas, a exemplo de brasões, florões, mobiliários, quadros. Diários oficiais históricos completam o acervo — o de 14 de maio de 1888, que publicou a Lei nº 3.353, de 13 de maio daquele ano, declarando extinta a escravidão no Brasil, e o de 16 de novembro de 1889, que publicou a Proclamação da República.

O Museu da Imprensa orgulha-se em realizar, desde 1996, o Concurso Nacional Museu da Imprensa de Desenho e Redação, ora em sua 20ª edição (lincar). O Museu funciona no Setor de Indústrias Gráficas, Quadra 6, Lote  800, telefone: (61) 3441 9618, e-mail: museudaimprensa@in.gov.br. A sua página eletrônica está disponibilizada no endereço: http://www.in.gov.br/museu-da-imprensa, registrando crescentes visitações de internautas. (Rubens Cavalcante Júnior)

Monotipo Joana França Stockmeyer

Sistema inventado em 1890 por Tolbert Lanston, composto de duas partes: um teclado que produzia uma fita de papel perfurada para ser inserida em uma fundidora, que por sua vez fundia cada tipo na ordem correta. Parece bastante com uma máquina datilográfica. Possui cerca de 300 teclas, que correspondem a letras e sinais ou símbolos. A peça exposta no Museu da Imprensa foi desativada do Setor de Monotipia da Imprensa Nacional em 1980 e encaminhada para o acervo. Fabricado pela Lanston Monotype Co., empresa do inventor do sistema. Originalmente, o teclado perfurador monotipo funcionava a gás. O conjunto de teclas corresponde a cinco alfabetos diferentes, distinguidos pelas cores. Em cada tecla que era acionada, um mecanismo de ar comprimido intervinha automaticamente e transformava a letra ou sinal correspondente à tecla pressionada em uma combinação de duas perfurações sobre uma cinta de papel. Executava tanto trabalhos em linha corrida quanto de tabelas. Foi comprado pela Imprensa Nacional em 6 de outubro de 1943 pela quantia de CR$ 27.893,20. O exemplar do Museu da Imprensa é muito especial. Nele trabalhou, durante alguns meses, a primeira mulher a ser admitida no serviço público brasileiro: Joana França Stockmeyer, reconhecida como Patrona da Servidora Pública Brasileira.

Memorias posthumas de Braz Cubas

Fac-simile da primeira edição em livro deste quinto romance de Machado de Assis, impresso na então Typographia Nacional, atual IN, em 1881. Obra reimpressa em 2008 pelas comemorações do Bicentenário da Vinda da Família Real de Portugal e Fundação da Impressão Régia (atual IN). Esta edição fac-similar numerada saiu pela Thesaurus Editora de Brasília, com a colaboração da Comissão Interna Comemorativa do Bicentenário da Impressão Régia (IN) e Fundação Biblioteca Nacional, que cedeu uma cópia digital da obra.

A apresentação é do escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença Filho. Assim ele começa: “O presente texto concretiza, 117 anos depois, um retorno às origens: a primeira edição em livro do romance foi lançada pela então Typographia Nacional em 1881 e é a Imprensa Nacional que assume a iniciativa de reapresentá-lo ao público, agora em fac-símile. Possibilita assim, revisitar o original, raridade de bibliófilos”. E conclui: “Por todas razões apontadas, é oportuno e pertinente o lançamento da presente edição fac-similar que une, na homenagem ao seu co-fundador e primeiro presidente, a Academia Brasileira de Letras e a Imprensa Nacional”. Domício Proença voltaria a colaborar com a IN na redação do verbete Machado de Assis, para este Dicionário.

Em 2018, na comemoração do aniversário de Machado de Assis, a IN começou a batizar seus corredores com títulos de obras do escritor. O corredor do andar térreo (à direita) passou a se chamar Corredor Memórias póstumas de Braz Cubas, em homenagem ao escritor e patrono da Casa (Portaria nº 168, de 14 de maio de 2018/ Boletim de Serviço nº 44.

A obra conta a história de Braz Cubas, o homem que começa a escrever sua autobiografia após a morte. Ele faz dedicatórias a alguns personagens, depois relembra a sua infância, seus relacionamentos amorosos, sua vida na política e sua morte aos 64 anos devido a uma pneumonia. Neste romance, Machado inaugura um novo estilo, em que rompe a forma de escrita linear e abre espaço a novidades.

Manuel Antônio de Almeida

Escritor brasileiro, autor do livro Memórias de um sargento de milícias. Atuou na Imprensa Nacional (IN) como administrador no período de 1857-1859, quando este era o cargo máximo da Instituição. Entre seus subordinados, o escritor e futuro patrono da IN, Machado de Assis, trabalhava como aprendiz de tipógrafo, entre 1856 e 1858.

Machado de Assis, patrono da Imprensa Nacional

Título concedido pelo decreto presidencial de 13 de janeiro de 1997, em razão das duas passagens do escritor pela Imprensa Nacional (IN). Inicialmente, como aprendiz de tipógrafo no período de 1856 a 1858, em sua primeira experiência profissional. O Museu da Imprensa preserva em excelente estado o prelo em que ele trabalhou como aprendiz de tipógrafo, apropriadamente denominado prelo Machado de Assis. Machado retornaria à IN entre 1867 e 1874, na condição de assistente do diretor do Diário Oficial, quando a Casa era dirigida pelo também escritor Manuel Antônio de Almeida.